segunda-feira, 9 de março de 2009

Lygia Clark

Lygia Clark nasceu dia 23 de outubro de 1920 na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais e em 1988 morreu na cidade do Rio de Janeiro, onde residiu grande parte de sua vida.

Lygia começou seus estudos de arte em 1947 no Rio de Janeiro, com orientação de outro renomado artista brasileiro, Burle Marx. Em 1952, viaja a Paris e lá estuda com Léger, Dobrinsky e Arpad Szenes.
Em 1954 integrou-se ao Grupo Frente onde desenvolvia um trabalho concretista. A artista junto com Ferreira Gullar, Helio Oiticica, entre outros, fundaram o movimento Neo-concreto no ano de 1959, que segundo um depoimento de Ferreira Gullar sobre o surgimento do movimento disse: “o neo-concreto deu o passo que a vanguarda Européia Concretista não teve coragem”. (Depoimento exibido em vídeo na exposição).

Com relação à sua obra, que foi uma pesquisa que durou toda sua vida, Lygia Clark passa, na década de 50, do bidimensional do quadro para o tridimensional. “Mas o questionamento sobre modulações, volumes internos e espaços externos permanece durante toda a trajetória de Lygia Clark” (Heranças Contemporâneas III).

Os “Casulos”, etapa seguinte de seu trabalho, foram formados por placas de metal que se dobram uma sobre as outras, criando um espaço interno, que nos remete a útero, ovo. Estes são objetos tridimensionais que ainda permanecem presos na parede.

A fase dos “Bichos” marca uma trajetória definitiva na obra de Lygia, são executados também com placas de metal e que podem ser articuladas convidando à manipulação. Com a obra “Caminhando”, um trabalho iniciado em 1963, foi onde a artista rompe com a noção de uma obra de arte apenas material. É a partir desta época que Lygia opta por ter o corpo como objeto de pesquisa, focando explorar experiências sensoriais. A partir desta linha de pensamento surgem os Objetos Relacionais: são obras feitas com materiais de uso e conhecimento de todas as pessoas, como sacos plásticos, pedras, conchas, roupas, bolinhas de isopor, sem se preocupar com a estética, pesquisando o sensorial que estes causavam nas pessoas e suas reações.

A Pinacoteca do Estado de São Paulo promoveu uma retrospectiva da obra de Lygia Clark, com 138 trabalhos, nomeada “Do Objeto ao Acontecimento”, com curadoria de Suely Rolnik e Corinne Diserens.
A exposição permaneceu de 25 de Janeiro de 2006 à 26 de Março de 2006. Esta mesma exposição foi exibida com sucesso no Museu de Nantes como parte do Ano do Brasil na França.

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